domingo, 8 de fevereiro de 2015

Banda Os Slystaks

O ano de 1995 me apresentou ao Rock.

Havia ganhado um violão em 1993, e desde então tirava músicas naquelas revistinhas de cifras que a gente comprava nas bancas.

Eu sempre tive um gosto muito eclético pra música, e tocava com os amigos de infância na esquina de casa, coisas da MPB e Rock Nacional dos anos 80 como Lulu Santos, Tim Maia, Marina Lima, Barão Vermelho, passando pelo pagode do Raça Negra e até a tinha uma revista só com a Bossa Nova do Tom Jobim. Mas eu gostava mesmo de tocas (todas) da Legião Urbana e (todas) do Raul Seixas. Passei muitas horas rebobinando fitas-K7 com a caneta Bic. rsrsrsrs

Em 1995 estava passando na frente da casa de um vizinho, Rodrigo Ramos (o Pato), ali no bairro Bela Vista, em Avorada/RS, quando ele me chamou no portão e perguntou se eu sabia tocar "algum som". Eu disse que sim. então ele tirou de trás da cerca de madeira um Violão Di Giorgio e disse: toca uma aí! Peguei o violão e percebi que só tinha a quinta corda! rsrsrsr Pensei: esse cara tá de brincadeira comigo! Mesmo assim eu toquei um rife do Deep Purple que qualquer um devia saber, a clássica Smoke On The Water! rsrsrsrs A partir daí o Rock entrou na minha vida!

A primeira música completa que eu tirei, ainda com meu violão Tonante, e utilizando um toca-fitas, foi Nothing Else Matters, do Metállica.

Nos reuníamos na casa do Pato e ele, junto com o Nilson Loureiro, David, Max e o Rafael formaram uma banda: Kanus Furadus, com a intenção de fazer músicas próprias.

***
Só uma pequena correção histórica parceiro ...

O vocalista da "Canos Furados" era o Deivid Francioni ... Sendo que esta banda veio da extinta "Armagedoon", que para mim foi a banda mais "seminal" desta leva de bandas ... Dela saíram o Mauricio Mauricio Farias Cardoso e Henrique Santos para formarem a "Devil Worshipers" eu o Rafael Rafael Luzia da Silva e o "Taco" para a "Confused Souls" além do "Pato" para a já mencionada Slistaks, depois da curta temporada da "Canos Furados". (por Nilton Loureiro) ***
– Valeu pela correção, cara!

Com o passar do tempo acabou rolando uma banda cover chamada Os Slystaks, formada pelo Lucimar (vocal), Pato (guita), Taco baixo) que foi substituído pelo Boca (baixo) e eu na batera, com repertório punk rock de Garotos Podres, Replicantes, Ramones, Sex Pistols, Dead Kennedys, The Exploited, Nirvana, entre outras bandas. Eu ia assistir aos ensaios mas acabei me tornando o baterista, porque o Rafael Luzia, que era o dono da bateria não gostava de ensaiar com muitas pessoas em volta. E tinha gente naquele quarto de 2m x 3m +- rsrsrsrs O nome da banda, é claro, foi inspirado nos personagens Sleestaks, da série de TV "O Elo Perdido" (Land of the Lost).

Naquela época, 1995, a cidade de Alvorada não tinha nenhuma cena rock n roll, ainda mais que fosse punk rock. Mas ainda haviam uns caras que resistiram e tocavam num bar chamado Toscana: a banda Hits Cover, com Beto Camparra (vocal), He-Man (baixo), Edu Coelho (guita), Alex (batera), Vander (percussão). A galera do punk rock ficava na avenida, em frente ao bar, curtindo o som e almejando um dia tocar nos bares também. Lembro dessa banda tocando Bete Balanço, do Baraõ Vermelho. E desde 2007, eu fui convidado a tocar guitarra na Hits Cover junto com o Edu, que saiu logo depois. Mas a Hits é uma outra história... rsrsr

Entre 1995 e 1996, muita gente foi assistir nossos ensaios, e dai surgiram várias bandas, de vários estilos, do grunge da Little Happy Sun - na qual toquei como guitarrista - ao black metal da Profanity.

Tocamos em alguns lugares inusitados, como não podia deixar de ser, já que éramos uma banda de punk rock. Agente paleteava as caixas amplificadas e todo o resto pra onde ia tocar.  rsrsrs Mas conhecíamos pessoas bem interessantes e bandas legais como a Caverna de Canoas/RS, que tocava um som mais pesado: Metallica, Iron Maiden, Sepultura, e eram pessoas muito legais. Infelizmente naquela época a galera do skate não se dava com o pessoal do rock pesado. rsrsrsrs Rolou umas brigas por parte de uns ignorantes, mas faz parte. Participamos inclusive do Domingão Eca I, evento criado pelo Márcio Camparra, entre outros, que aconteceu na Câmara de Vereadores. Este evento reunia teatro e música. E foi bem engraçado. Tocamos praticamente o "Loco Live" da banda Ramones inteiro, entre outras músicas.

No final de 1996 a banda terminou e, depois de um pequeno período de tempo, voltamos a fazer um som. Agora com o Boca no vocal, Pato na guita e eu na batera, e chamamos essa banda de Escória Suburbana. Fizemos uma apresentação na rua ao lado do União, um salão de festas tradicional  da cidade. O Lucimar também cantou várias músicas dos Ramones com a gente, entre outras.

1996 foi uma fase de aprendizado. Em abril eu comprei minha primeira guitarra. Essa guitarra foi roubada em 2007 e, por um milagre, graças ao olho de águia do Marcelo Lima, consegui recuperá-la em 2013.


Um cara chamado Jorge, que tocou na banda Flanger de Alvorada nos anos 80, me apresentou o rock progressivo das bandas Rush e Yes, e essas tornaram-se minhas bandas preferidas até hoje. Além disso, ele me apresentou os grandes guitarristas virtuoses como Joe Satriani e Steve Vai. Esse cara era canhoto, e apenas pegava uma guitarra de destro, virava pro lado e tocava músicas como Spirit Of The Radio do Rush. Era demais aqueles dedilhados!!! Pena que o cara era alcoólatra. Do contrário teria se dado bem na música.

A partir dai comecei meus estudos de guitarra. O computador era um sonho distante, coisa de outro planeta rsrsrs Comprei uma revista que ensinava o básico de leitura de partitura. Passava as madrugadas tirando músicas das revistas Cover Guitarra que eu cheguei a assinar por alguns anos. Algumas dessas músicas eram Always With Me, Always With You, do Joe Satriani e Sisters, do Steve Vai, que eu adorava tocar. Nessa mesma época eu aproveitava as madrugadas para desenhar e escrever.

Com certeza no meio dessa história existem muitas outras histórias.

Foram anos memoráveis onde conheci muita gente legal, que ainda fazem parte dos meus grupos de amigos.

Grande abraço a todos e todas!

Adão de Lima Jr

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