É gratificante
viver em uma época onde podemos expressar nossos sentimentos. E que sentimento
é maior do que a satisfação de se descobrir um artista e poder expressar as
próprias ideias para o mundo, sem se importar com o julgamento alheio, tendo a
certeza de que aquele que critica não faz mais do que retirar sua máscara de
ignorância e incompreensão diante do mundo das artes.
Há muito tempo
descobri que tenho uma alma de artista, sempre procurando ter uma visão mais
ampla sobre tudo, desde o humano animal, ao humano espiritual. A observação foi
uma das maiores virtudes que eu adquiri, junto com a paciência, e isso foi o
que domou o menino raivoso que se irritava com as brincadeiras de mau gosto, as
provocações que só servem para ferir e que nada contribuem com o
desenvolvimento de uma criança, a incompreensão de muitos que, por não
perceberem a diferença entre as almas, não conseguem notar suas qualidades criativas
e, portanto, não os incentivam a continuarem imaginando mundos, criando e
desenvolvendo ideias, invenções, artes. Com o tempo fui jogando toda aquela energia para as artes, artesanato, desenho, música, contos, poesia.
Já que eu
possuo a capacidade quase compulsória de criar, posso imaginar que existem
neste universo imenso, mundos onde almas diversas são forjadas. Por ter a
qualidade de observar tudo ao meu redor, para mim é fácil reconhecer e
diferenciar as almas materialistas, almas políticas, almas nulas, almas artísticas.
Ao entrar para
o mundo dos fanzines/quadrinhos, em 2013, quando fui assistir as palestras de
Márcio SNO (SP), Henry e Fafá Jaepelt (SC), Daniel HDR (RS), Goida (RS), entre
tantos outros artistas, no evento 8º Mutação organizado por Denilson Reis (RS),
na Feira do Livro de Porto Alegre/RS, que facilidade de reconhecer as almas artísticas,
onde eu me via, e ainda vejo, em cada artista que expõe corajosamente a sua
verdade em textos, desenhos e pensamentos cheios de sentimentos.
Uma dessas
almas artísticas eu reconheci, instantaneamente, ao ler “Sibilante”, de
Danielle Barros (BA), escritora, desenhista, mestre e doutoranda de biociências, onde fica evidente que em cada frase sua é depositada uma
tonelada de sentimentos delicados, que as mulheres alcançam com mais facilidade
e maestria. Seus desenhos, produzidos com traço seguro, demonstram uma leveza unida
à força do seu texto que nos conduz em uma viagem ao cosmo e nos faz refletir
sobre valores humano-espirituias.
Outras almas
artísticas podem ser lidas na série de livros “Maldito Seja”, da editora Ugra
Press, de Douglas Utescher, onde são registradas as histórias dos fanzineiros
do século passado: Henry Jaepelt, Law Tissot (RS) e Alberto Monteiro (RJ), com
suas trajetórias pelo mundo dos fanzines, desde os anos 1980.
Agradeço a
quem criou este universo, seja lá o nome que tenha, e que alguns acreditam que
nos fez à sua imagem e semelhança. Obrigado por ter nos dado a capacidade de
criar e imaginar os nossos universos.
Inspirado na
expressão Namastê, que é uma saudação em sânscrito que significa “O Deus que habita
dentro de mim saúda o Deus que está em você”, eu os saúdo:
“O criador que habita em mim saúda o criador
que habita em você.”
Adão de Lima Jr
03/05/2015
Um texto de grande sensibilidade, salve as almas artísticas! Gratidão, Adão De Lima Junior
ResponderExcluir“O criador que habita em mim saúda o criador que habita em você.”
Obrigado! Sua arte é inspiradora! :)
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