domingo, 3 de maio de 2015

Almas Artísticas



É gratificante viver em uma época onde podemos expressar nossos sentimentos. E que sentimento é maior do que a satisfação de se descobrir um artista e poder expressar as próprias ideias para o mundo, sem se importar com o julgamento alheio, tendo a certeza de que aquele que critica não faz mais do que retirar sua máscara de ignorância e incompreensão diante do mundo das artes.

Há muito tempo descobri que tenho uma alma de artista, sempre procurando ter uma visão mais ampla sobre tudo, desde o humano animal, ao humano espiritual. A observação foi uma das maiores virtudes que eu adquiri, junto com a paciência, e isso foi o que domou o menino raivoso que se irritava com as brincadeiras de mau gosto, as provocações que só servem para ferir e que nada contribuem com o desenvolvimento de uma criança, a incompreensão de muitos que, por não perceberem a diferença entre as almas, não conseguem notar suas qualidades criativas e, portanto, não os incentivam a continuarem imaginando mundos, criando e desenvolvendo ideias, invenções, artes. Com o tempo fui jogando toda aquela energia para as artes, artesanato, desenho, música, contos, poesia.

Já que eu possuo a capacidade quase compulsória de criar, posso imaginar que existem neste universo imenso, mundos onde almas diversas são forjadas. Por ter a qualidade de observar tudo ao meu redor, para mim é fácil reconhecer e diferenciar as almas materialistas, almas políticas, almas nulas, almas artísticas.

Ao entrar para o mundo dos fanzines/quadrinhos, em 2013, quando fui assistir as palestras de Márcio SNO (SP), Henry e Fafá Jaepelt (SC), Daniel HDR (RS), Goida (RS), entre tantos outros artistas, no evento 8º Mutação organizado por Denilson Reis (RS), na Feira do Livro de Porto Alegre/RS, que facilidade de reconhecer as almas artísticas, onde eu me via, e ainda vejo, em cada artista que expõe corajosamente a sua verdade em textos, desenhos e pensamentos cheios de sentimentos.

Uma dessas almas artísticas eu reconheci, instantaneamente, ao ler “Sibilante”, de Danielle Barros (BA), escritora, desenhista, mestre e doutoranda de biociências, onde fica evidente que em cada frase sua é depositada uma tonelada de sentimentos delicados, que as mulheres alcançam com mais facilidade e maestria. Seus desenhos, produzidos com traço seguro, demonstram uma leveza unida à força do seu texto que nos conduz em uma viagem ao cosmo e nos faz refletir sobre valores humano-espirituias.



Outras almas artísticas podem ser lidas na série de livros “Maldito Seja”, da editora Ugra Press, de Douglas Utescher, onde são registradas as histórias dos fanzineiros do século passado: Henry Jaepelt, Law Tissot (RS) e Alberto Monteiro (RJ), com suas trajetórias pelo mundo dos fanzines, desde os anos 1980.





 Agradeço a quem criou este universo, seja lá o nome que tenha, e que alguns acreditam que nos fez à sua imagem e semelhança. Obrigado por ter nos dado a capacidade de criar e imaginar os nossos universos.

Inspirado na expressão Namastê, que é uma saudação em sânscrito que significa “O Deus que habita dentro de mim saúda o Deus que está em você”, eu os saúdo:

“O criador que habita em mim saúda o criador que habita em você.”

Adão de Lima Jr
03/05/2015

2 comentários:

  1. Um texto de grande sensibilidade, salve as almas artísticas! Gratidão, Adão De Lima Junior
    “O criador que habita em mim saúda o criador que habita em você.”

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